Prefeito e ex-prefeito trocam acusações em Baixo Guandu

Depois de oito anos de gestão de Neto Barros (PCdoB), as eleições para sua sucessão na Prefeitura de Baixo Guandu, noroeste do Estado, foram cheias de polêmicas no ano passado e terminaram com a vitória do ex-prefeito e opositor Lastênio Cardoso (Solidariedade), derrotando por pouco mais de 3% de diferença Eloy (PDT), candidato da situação. Logo no início da gestão, os ânimos continuam acirrados na disputa entre os dois projetos políticos na cidade.

Nesta semana, o tema da discórdia foi o Parque da Lagoa, considerada a “cereja do bolo” da gestão de Neto Barros, inaugurado no final do seu mandato em área de 14 mil metros quadrados, às margens da BR-259. Uma das principais atrações, os pedalinhos utilizados na lagoa foram tirados de circulação pelo atual prefeito, que teve que ir às redes sociais para justificar a atitude, misturando sua alegação inicial de prevenção ao coronavírus com a informação de estarem em manutenção por conta de defeitos que poderiam causar acidentes.

Apoiadores de Neto Barros alegaram, porém, que os pedalinhos foram depositados em espaço pertencente à Igreja Católica, ficando expostos ao sol e à chuva, conforme registraram em fotografias.

Mas os pedalinhos em forma de cisne não foram a principal questão. Lastênio Cardoso indicou apoio ao projeto que tramita na Câmara de Vereadores para trocar o nome do Parque da Lagoa para Parque Elci Pereira, em homenagem a outro ex-prefeito do município, falecido em 2018, tendo Lastênio sugerindo o apelido de Pereirão para o local.

Neto Barros, hoje secretário de Governo da Serra, respondeu manifestando solidariedade à família de Elci, por considerar que este teve seu nome “levianamente envolvido numa discussão política de baixíssimo nível”, destacando que a maioria da população guanduense não deseja a mudança do nome do Parque da Lagoa.

“Isso mostra como as coisas vão de mal a pior em Baixo Guandu. Na verdade, o que os inquilinos da prefeitura querem é tentar apagar o sucesso da nossa gestão, encobrir os desmandos praticados por eles desde janeiro, como perseguições políticas, ausência de gestão, incapacidade de administrar bem a dinheirama que deixamos, escândalos ocorridos dentro de prédios públicos presenciados por várias pessoas, e a bomba que estourou recentemente, que são os absurdos aluguéis contratados simplesmente para ajudar os apoiadores ricos da campanha eleitoral”, disparou Neto Barros.

Lastênio não deixou por menos: anunciou nesta sexta-feira (12), em suas redes sociais, que na próxima semana será dado início a uma “grande auditoria em toda prefeitura para ver aonde foi o nosso dinheiro nos últimos oito anos”, numa insinuação sobre mau uso dos recursos por Neto. “Podem esperar coisas absurdas”, completou o atual prefeito.

Opositores de Lastênio Cardoso criaram um abaixo-assinado online, que contava com mais de 660 assinaturas até o fechamento desta reportagem. “Com obras ainda não finalizadas e com dinheiro em caixa pra isso, sabemos que essa não é a prioridade. Se você concorda que os pedalinhos devem voltar para usufruto dos munícipes e que o parque deve continuar com o nome que lhe foi concedido desde o projeto até a sua inauguração, ajude-nos assinando essa petição”, diz o documento.

Ao que tudo indica, a queda de braço entre o ex e o atual prefeito, mais fortes lideranças do município, ainda vai se estender nos próximos anos.

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