Presidente da Fetaes, Júlio Cezar Mendel, visita Colatina. Veja a entrevista

O Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes), Júlio Cezar Mendel esteve em Colatina no último fim de semana e cumpriu várias agendas junto à categoria. Logo pela manhã visitou a feira livre de Colatina, na Avenida Delta, no centro da cidade. Depois participou de uma reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colatina que é atualmente presidido pelo agricultor Fábio Alexander Armond Teixeira.

Durante sua passagem por Colatina, o presidente da Fetaes abriu um espaço em sua agenda e cedeu uma entrevista ao Portal de Notícias ES FALA, e falou sobre diversos assuntos em torno da agricultura familiar.    

ENTREVISTA:  

ES FALA: QUAL O MOTIVO DE SUA VISITA A COLATINA?

Júlio Cezar Mendel: Inicialmente, colaborar com a Diretoria Executiva e Equipe Técnica do Sindicato dos Trabalhadores Rurais numa Capacitação sobre a Nova Legislação Previdenciária, de modo a oferecer uma prestação de serviços cada vez mais eficiente e qualificada aos nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Na oportunidade, como de costume, pude por mais uma vez estar próximo e ouvir a voz de nossos agricultores e agricultoras, pautando necessidades para uma melhor organização de sua produção. Minha ida à feira-livre de Colatina foi uma experiência muito positiva nesse sentido.

ES FALA: COMO PRESIDENTE DA FETAES, O QUE ACHOU DA FEIRA DE COLATINA?

Júlio Cezar Mendel: Uma experiência muito positiva de escoamento da produção da agricultura familiar local. A agricultura familiar de Colatina e região necessitam de mais espaços e iniciativas como essa. O que homens, mulheres e jovens do campo necessitam é exatamente isso. Oportunidade, de produzir mais, com melhor qualidade, com preço garantido e espaço para comercializar. Os organizadores da Feira de Colatina estão de parabéns por possibilitar isso aos nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais.


Na Feira-Livre de Colatina Júlio Cezar Mandel e Fábio Armond Teixeira

ES FALA: O QUE MAIS CHAMOU A ATENÇÃO?

Júlio Cezar Mandel: A diversidade da produção. Na feira de Colatina encontramos uma lista extensa de produtos, ligados ao leite, ao café, a criação de animais, a industrialização da produção agrícola familiar, e isso se deve principalmente a atuação das cooperativas e associações locais. Tudo de qualidade altíssima. Outra questão que muito me chamou a atenção foi a inclusão de todos os sujeitos do campo (mulheres, jovens, a terceira idade) nesse processo de comercialização. A família camponesa se reúne nesta iniciativa tão importante de desenvolvimento da agricultura familiar colatinense.

ES FALA: QUAIS SEUS PROJETOS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR?

Júlio Cezar Mendel: Muitas são as necessidades, e todas urgentes, para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos agricultores e agricultoras familiares. Intensificar o processo de organização da produção, com garantias de produção, preço mínimo, e comercialização. É necessário investir em políticas públicas que garantam renda ao agricultor familiar. A garantia de crédito, principalmente para jovens e mulheres, contribui muito nesse processo, além de possibilitar a diminuição do êxodo rural. Parcerias com cooperativas e associações, juntamente com os sindicatos, é estratégico para melhor orientar a categoria para viabilizar o crescimento e o desenvolvimento dos grupos familiares. É necessário garantir oportunidade para os sujeitos do campo, de forma a viabilizar, na esfera pública, os programas e políticas necessárias… Afinal, o desenvolvimento e crescimento – econômico, social, ambiental, passa pelas mãos da agricultura familiar.

ES FALA: QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR?

Júlio Cezar Mendel: Garantia de preço mínimo e de escoamento da produção são algumas das dificuldades. A agricultura familiar produz à mercê das condições climáticas, que muitas vezes não são favoráveis, o que compromete também a comercialização e por consequência a geração de renda. É preciso criar condições e políticas para isso. Pensar a agricultura familiar enquanto grupo familiar também é um desafio, pois somente assim nossa juventude terá oportunidades para continuar no campo, seja por meio de crédito específico ou de assistência técnica. É necessário investir cada vez mais em sucessão rural no campo. A juventude e as mulheres precisam de incentivo para não apenas produzir, mas para otimizar a produção, principalmente por meio de agroindústrias da agricultura familiar. Isso potencializa o desenvolvimento rural. Não podemos continuar a deixar nosso campo envelhecer, afinal, se o campo não planta, a cidade não janta.

Uma resposta

  1. Agricultura familiar é a chave para o desenvolvimento do País. Parabéns Julio, importante representante da Agricultura Familiar Capixaba.

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