Governo do Estado: doses reservadas para segunda aplicação serão usadas para ampliar público alvo

Em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (17), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário em Vigilância de Saúde, Luiz Carlos Reblin, falaram sobre as ações de combate à pandemia do novo coronavírus no Espírito Santo. Entre os assuntos, foi citada a ampliação do público-alvo da vacinação e a chegada de novas doses ao estado na próxima semana. 

De acordo com o secretário, as doses que estavam reservadas para a segunda aplicação serão usadas para adiantar a imunização de idosos, antecipando novos grupos e públicos-alvo. Se algum município já atingiu os 90% da aplicação na população de 90 anos, já poderá atender ao novo grupo prioritário. Segundo Fernandes, na próxima semana, um novo lote de doses será entregue ao Espírito Santo. A expectativa é que as novas doses disponibilizadas sejam da Coronavac.

Fernandes ainda destacou que a aplicação das doses do Espírito Santo não foi interrompida, devido à reserva de doses. No entanto, houve interrupção em diversos municípios, devido à ampliação do público-alvo. “Poucos estados e municípios divergiram da orientação nacional. Alguns locais receberam mais doses e isso permitiu que essas cidades iniciassem a aplicação em outras faixas etárias. No Espírito Santo, municípios relatam imunização em pacientes com mais de 80 anos”.

O secretário fez uma breve avaliação do Carnaval no Espírito Santo e no Brasil. “Nós acreditamos que a não realização do Carnaval em todo o país foi uma decisão acertada. Nós preservamos vidas e salvamos o país de uma rápida aceleração das diversas cepas que circulam no mundo e no Brasil. O cancelamento das festas oficiais, sem dúvida, repercutirá em vidas salvas. A realização do Carnaval normal poderia representar uma soma muito maior do que foi percebido no ano passado, como as eleições e nas festas de fim de ano. Seria catastrófico para todo o país”, disse.

Ele também lamentou pelas pessoas que, mesmo com as proibições, realizaram aglomerações. “Aqueles que não ouviram as recomendações e que não tiveram empatia, queremos lamentar. Pois estes irão adoecer nos próximos dias, poderão infectar pessoas próximas e até chorar a morte de alguém. A doença vive no país e não está controlada”, destacou, parabenizando as ações dos órgãos competentes de fiscalização.

O subsecretário Reblin orientou que as pessoas que se aglomeraram nestes dias de Carnaval precisam ficar atentos aos sintomas da covid-19. “Ao menor indício, procure o serviço de saúde e avalie a necessidade da realização de um exame para identificar a doença. Se tiver positivo, você poderá se isolar para não transmitir a doença”, disse.

Sobre a ampliação do público alvo da vacinação acima de 60 anos, Fernandes destacou que já há uma portaria publicada no Espírito Santo que autoriza a vacinação dos grupos etários. “Ela ocorrerá de maneira descendente. Na medida que o município alcançar 90% do público alvo daquele momento, ele já poderá dar sequência a vacinação do grupo seguinte”, explicou.

Fernandes ainda destacou que, dos próximos lotes que chegarem, 5% das doses serão reservadas para trabalhadores da saúde e 95% para a população idosa. “Estamos desde o dia 29 de dezembro sem registrar nenhuma morte de trabalhador da Saúde no estado. O público alvo já tem 60% de cobertura vacinal no Espírito Santo e já é possível perceber um resultado de curto prazo nos tralhadores”, afirmou. A informação foi corrigida posteriormente. A morte mais recente de profissionais de saúde aconteceu em 29 de janeiro.

O secretário ainda destacou que a repercussão dos óbitos da população com mais de 90 anos poderá ser percebida em março, ao avaliar a cobertura vacinal. “Quem está vacinado não está imunizado nas primeiras semanas. É necessário aguardar as duas doses da vacina e, depois, ainda é preciso de mais uns 20 dias para perceber a imunidade. Estamos esperançosos”, disse.

Novas cepas

Nésio ainda falou sobre as novas cepas. “Acreditamos que as diversas variações que circulam em território nacional, já estão disseminadas por todos os estados da República. A percepção disso é, simplesmente, a questão de ampliar a vigilância genômica e permitir que a gente tenha maior capacidade de reconhecer as diferentes linhagens em circulação em solo brasileiro. Precisamos reconhecer o predomínio de novas variantes em determinado território. Isso pode tornar a população mais suscetível, inclusive para aqueles que tiveram a doença a mais de seis meses. Estamos ampliando nossa estratégia e até meados deste ano teremos nossa capacidade amplificada. No entanto, idependente da linhagem, estamos tratando da mesma doença e precisamos manter os mesmos cuidados”.

Sobre os pacientes que vieram de outros estados, o secretário garantiu que não há risco de que isso seja motivo de transmissão de novas cepas. “A circulação das novas variações no Espírito Santo, a transmissão comunitária delas não ocorrerá pelo acolhimento de pacientes de outros estados, especialmente de Rondônia e do Amazonas. Eles possuem uma remoção realizada por profissionais com equipamentos individuais e isolados dos pacientes internados do Espírito Santo. Todos os profissionais que tiveram contato com estes pacientes são submetidos a testes a cada 2 ou 3 dias. Todos os contatos destes profissionais também são testados. O vírus não será disseminado por conta de nosso gesto de solidariedade com os pacientes de outros estados. A sociedade pode ficar tranquila, pois o nosso gesto foi responsável com a vida das pessoas, que estariam perdidas caso não tivéssemos acolhido esses pacientes no Espírito Santo”, explicou.

Novas vacinas

De acordo com Nésio Fenandes, continua a pressão, junto ao Governo Federal, para que haja compras de novos tipos de vacinas pelo Brasil. “Nós precisamos acelerar o processo de imunização da população brasileira. Por isso temos insistido, desde o início, na urgência do Brasil adquirir diversas vacinas. Pelo menos 4 ou 5 opções devem ser adotadas. É um erro a União não adquirir todas as vacinas dos laboratórios que já alcançaram a fase 3 dos testes. Insistimos para que o governo compre as vacinas complementares. Assim que as compras forem feitas, vamos divulgar o calendário de vacinação”.

Redução de casos

“No caso dos óbitos, temos uma redução importante e mantemos, de maneira sustentável, a fase de recuperação. Precisamos manter as medidas que possam evitar que essa fase seja interrompida com um novo aumento de casos. Independente disso, o estado se prepara para um novo aumento em março e abril”, diz Fernandes.

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