Ainda que o preço da gasolina continue nas alturas, os motoristas que chegarem ao posto de combustíveis passarão a ver menos números nas tabelas de preços e nos visores das bombas.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira (4) uma resolução que determina que os valores dos combustíveis deverão ser apresentados ao consumidor pelos postos com apenas duas casas decimais, em vez de três.
Também regulamenta a atividade de delivery de combustíveis no país. O texto ainda cria regras para que postos com bandeira deixem claro ao consumidor final quando fornecerem combustível de outro distribuidor. A possibilidade de burlar a fidelidade à bandeira foi introduzida por Medida Provisória em agosto deste ano.
Com a determinação da ANP, o litro da gasolina em postos de combustíveis em Colatina, por exemplo, vendido em média a R$ 6,889, terá que ser arredondado para R$ 6,88. O uso de três dígitos de centavos é até motivo de ironia entre os motoristas da cidade. Alguns veem a decisão com indiferença. Outros gostaram da medida.
Na verdade, a medida elimina uma armadilha de marketing, mas não traz benefícios efetivos ao consumidor, já que esses valores são arredondados para cima. Segundo cálculos apresentados, o terceiro dígito, geralmente um 9, gera um adicional de R$ 0,90 para o revendedor a cada 100 litros comercializados.
PESA PARA QUEM?
O cálculo passa despercebido no dia a dia para a maioria dos consumidores, que acreditam que o dígito a mais é “irrelevante”, ou seja, mínimo.
“Acho que é muito pequeno esse número, não dá diferença no lucro do posto e nem para o cliente. A quantidade que a gente abastece é pouca e por isso não tem grande diferença”, afirmou um motorista que abastecia o automóvel em um posto da avenida Sílvio Avidos, em São Silvano.
Um outro motorista que estava no local acredita que a estratégia seja mais um marketing para maquiar o assalto ao bolso do cliente. ” É pra não assustar com o número redondo, aí a gente pode até pensar que está pagando menos”, disse.
A recomendação do Procon é para que os consumidores pesquisem os preços, atentos à qualidade do combustível e que confiram a cobrança do litro na bomba.
ES FALA: foto ilustrativa / crédito G1