Mais de 2.500 internos do sistema prisional capixaba participam do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). As provas começaram terça-feira (10) e terminam nesta quarta (11) nas 34 unidades prisionais do Estado.
Nos últimos meses, escolas ligadas à Secretaria da Educação (Sedu), que funcionam nas unidades prisionais, desenvolveram diversas ações para o melhor desempenho dos alunos no Exame Nacional. A preparação incluiu a maratona de aulas das disciplinas exigidas na prova, entre elas, Matemática, Química, Física, Biologia, Geografia, além de Português, Literatura, Redação, Inglês e Espanhol. Ao todo, 2.551 internos estão inscritos no exame.
De acordo com a gerente de Educação e Trabalho da Secretaria da Justiça (Sejus), Regiane Kieper, o número de inscritos é superado a cada ano. “Consideramos a educação formal uma verdadeira aliada da ressocialização e, a cada ano, temos aprimorado as ações voltadas para a educação no sistema prisional, com melhor estrutura e adaptação de salas de aula e ampliação do quadro de professores e pedagogos. Em 2009, tivemos apenas 36 internos inscritos no Enem. Este ano, são 2.551. Esse aumento é muito significativo, pois indica que temos trabalhado para gerar oportunidades para a população carcerária”, ressalta.
No segundo semestre de 2022 alcançamos 3.387 internos matriculados no Ensino Fundamental e Médio nas unidades prisionais do Espírito Santo, seguindo a modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA). A Lei de Execução Penal garante ao interno estudante a remição da pena. Três dias de estudo, somados a 12 horas de aula, permitem reduzir um dia da sentença.
A interna Lorena Ferreira, custodiada no Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), afirma que se preparou para o exame. A unidade prisional realizou aulões para revisar os conteúdos da prova. “Esse é um momento para testar meus conhecimentos e espero alcançar meus objetivos. Minha expectativa é obter uma boa nota e, futuramente, iniciar a graduação em Estética”, disse Lorena.