“Eu não matei meus filhos, não sou um homicida”, diz Georgeval Alves

Georgeval Alves, acusado de matar e estuprar o filho Joaquim Alves, de 3 anos, e o enteado Kauã Butkovsky, de 6, prestou depoimento no júri popular durante a madrugada. O julgamento teve início da manhã de terça-feira (18) e a expectativa é que a sentença seja proferida ainda nesta quarta (19). 

Durante o depoimento, que durou quase duas horas, Georgeval revelou detalhes do que teria acontecido no dia 21 de abril de 2018. Respondendo às perguntas do advogado de defesa, ele confessou que mentiu quando disse, na época do crime, que tentou entrar no quarto para salvar o filho e o enteado.

“Queria primeiro dizer por quê eu menti. Nesses três dias, antes do meu depoimento, começaram alguns burburinhos de pessoas postando coisas duvidando do fato de eu ter entrado no quarto. Isso começou a repercutir na igreja. Por que eu menti? Foi porque as pessoas começaram a falar que fariam diferente do que eu fiz naquele momento. Os pastores começaram a falar que eu não deveria passar a imagem de covarde e omisso. Eu passei a ficar com medo de ser julgado e menti por esse motivo. Não era bom para mim e nem para a imagem da igreja. O pastor queria que eu desse uma resposta para aquelas pessoas que diziam que eu tinha sido omisso. Eu não queria falar”, afirmou Georgeval.

O réu disse ainda que se envergonha por ter mentido e reafirmou que não cometeu o crime. Ele destacou que ficou 5 anos sem poder contar sua versão, sendo vítima de ameaças e escutando mentiras em relação à morte das crianças.

“Fiquei esse tempo todo sem poder falar, pelas ameaças que venho sofrendo. Me envergonho por ter mentido em relação a dizer que entrei no quarto. Eu deveria ter dito a verdade desde o começo. Eu tenho a perspectiva de futuro que posso provar minha inocência, de não deixar esse legado para os meus filhos de ser um monstro, um homicida, um abusador. Não cometi esse crime. Não incendiei nada, não matei os meus filhos. Não quero deixar essa história da minha vida assim. Eu não sou essa pessoa, não sou um homicida”, disse.

“Cinco anos preso, sem poder falar e ouvindo muitas mentiras. Para mim, dói ouvir tantas mentiras. Eu não estuprei meus filhos, nem nunca abusei de ninguém. É a minha vida que está em jogo, a minha vida acabou. Eu não sou essa pessoa. Mesmo recebendo esse tipo de olhar, eu não aguento mais essa situação. Se eu soubesse que seria assim, teria entrado naquele quarto e morrido. Eu não pude falar em momento algum, não pude me expressar nada em momento algum”, destacou o réu. 

O primeiro dia de julgamento teve início às 9h e terminou 01:45 da manhã da madrugada. Foram ouvidas duas testemunhas de acusação e duas testemunhas da defesa, além do depoimento do acusado. 

Apesar de ter passado todo o dia em Linhares, Georgeval foi levado de volta para Viana após o encerramento do Júri. Ele saiu em uma viatura, escoltado por agentes da Polícia Penal.

ES FALA: informação Mayra Bandeira e Suellen Araújo, da TV Vitória/Record TV/imagem crédito Folha Vitória 

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