Empreendimento familiar traz a tradição da produção de pamonhas para Colatina

Um legado tipicamente das festas juninas, que se iniciam no dia 12 de junho, e se estendem até no dia 29, vinculado aos costumes sociais e valores religiosos do brasileiro, a pamonha se constitui como uma das principais iguarias do extenso cardápio dos festejos mais populares do Brasil, agora já está radicado em Colatina com um empreendimento familiar que há seis anos se estabeleceu especializado na fabricação das delícias dos derivados do milho.

A empreendedora familiar Tereza Fonseca, que há 20 anos já produzia a pamonha na capital de Goiás, Goiânia, migrou para Colatina em 2016 se estabelecendo no bairro de Vila Lenira, decidiu investir aqui na produção de derivados do milho para atender ao mercado da região, abastecendo a feira livre municipal e as feirinhas de bairros, mobilizando a família na atividade que já se tornou um sucesso.

– Quando chegamos em Colatina, só tínhamos como atividade laboral a produção de pamonhas e papas de milho verde, prática que trouxemos de Goiânia, onde a iguaria é feita por pamonharias especializadas com a produção acontecendo através de um complexo de pessoas, máquinas e processos funcionando o ano todo, o que não ocorre aqui, como são as tradições em Minas Gerais e de Goiás,” salienta Tereza.

Segundo Tereza, a falta de hábito do consumo da pamonha como um complemento alimentar na mesa do colatinense, foi a perspectiva visionária para a oportunidade de investir em um empreendimento inovador, mas a atividade exigiu também estratégias de marketing para se firmar num mercado onde o produto tem uma convenção temporânea de consumo, motivada por uma tradição de representação cultural, como são as festas juninas

Para Tereza, o início das atividades em 2017, foi para avaliar o contexto do lançamento do produto e naquele momento a previsão de fabricação da pamonha se limitava entre 30 e 50 unidades semanais para difundir a introdução das pamonhas no mercado e as variações da aceitação pelo público consumidor.

Conforme a empreendedora, nos anos seguintes a produção só foi aumentando chegando a oferecer até 100 unidades semanais e só teve uma redução em 2020 por causa das medidas de restrições impostas para a prevenção de contágio durante o período da pandemia de coronavírus.

Atualmente a produção chega a uma média de 800 unidades mensais para atender um mercado a cada dia mais exigente na feira livre e servir aos pedidos na fabricação sob encomenda. 

Com o sucesso do empreendimento, Tereza inovou na produção e a partir das pamonhas salgada e doce, diversificou o menu trazendo seis opções de sabores com a massa tradicional de sal recebendo recheios de linguiça, de queijo separadamente e os dois conteúdos juntos nas unidades. Já a pamonha doce recebeu os recheios de sabores com goiabada, queijo e coco e, segundo Tereza, a diversificação foi abraçada pelos consumidores, que chegam até fazer pedidos de sabores especiais, com outras iguarias.

Para Tereza o planejamento da ampliação de mais sabores conta com a introdução de opções de pamonhas com recheios de frango, carne de sol, bacon, além de outras sugestões da clientela, que também exige sabores de pimenta, jiló, quiabo e outras guloseimas da culinária tradicional.

Hoje utilizando meios domésticos para a produção, Tereza disse contar apenas com um ralador de milho elétrico, mas já está planejando transformar a produção artesanal para uma de maior escala, com a criação de uma pamonharia industrial com uma loja comercial para atender os consumidores.

– Atualmente tenho um espaço pequeno e equipamentos insuficientes e inadequados para atender a grande demanda que alcançou a fabricação de pamonhas em Colatina e por isso estou planejando a locação de um imóvel maior com comodidades satisfatórias para instalar um novo triturador e os demais equipamentos de cozinha apropriados para a fabricação,” adiantou Tereza.

Além de Tereza, para o desenvolvimento das atividades produtivas, o empreendimento familiar conta com sua filha Ana Paula Fonseca Machado, o genro Wallace Silva Machado, a consogra Sonilda Alves da Silva, que todas as sextas-feiras ocupam seus postos de trabalho ainda pela madrugada, começando por descascar e limpar as espigas, separar e cortar a palha, ralar os grãos e levar a polpa ao tempero e ao cozimento, num processo que ocupa a produção até por volta das 21hs.

Com bastante entusiasmo, Tereza afirma que o colatinense já “abraçou” a pamonha produzida pela família, uma vez que toda a produção é comercializada, além dos pedidos por encomendas, já Ana Paula e Walace, que vendem a nova tendência da gastronomia na feira aos sábados, afirmam que chegam a levar 200 unidades para a área comercial, onde chegam ainda de madrugada e por volta das 7hs as pamonhas já se esgotaram.

Número de contato (27) 99286 1707

Informação crédito Manoel Moreira

3 respostas

  1. Pamonha excelente. Sempre compro, agora entendi porque gostossimas as pamonhas. Vieram de Goiás, tradição em pamonhas.

  2. Sou leitora assídua do portal ESfala e tenho admiração pelos artigos do autor do artigo no gênero reportagem, pela criatividade em abordar um assunto que envolve todos segmentos sociais e a partir da observação de um jovem casal em uma banca na feira, descobriu ali uma o instrutiva fonte de informação.
    Realmente as pamonhas da Dona Tereza é um excelente e nutritivo alimento de nossa culinária e todo sábado compro uma boa quantidade e vejo a grande procura pelas pamonhas e papas da família, com a banca se tornando um ponto de encontro na feira, pelo empreendimento vir alcançando muito sucesso.
    Parabéns a toda família.

    1. E verdade a melhor pamonha que já comi na minha vida e a da irmã Tereza quando ela morava em Aparecida de Goiânia creio que logo vou aí em Colatina degustar essa delícia novamente .Amo essa guerreira e sua família.

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