População lota o Plenário da Câmara em manifesto contra o aumento salarial de vereadores e Câmara recua sob intensa pressão popular

Uma tarde e noite tensa na Câmara Municipal de Colatina. Sindicatos, representantes de entidades e pessoas de várias comunidades da cidade e do interior se reuniram inicialmente em frente à Câmara,na Praça Municipal, e começaram um protesto contra o aumento que os vereadores votaram na sessão passada onde deram 70% de reajuste salarial para prefeito, vice e vereadores e também criaram o 13 º salário.

Por volta das 17 horas começaram a chegar os manifestantes de várias localidades do município. Foi  uma manifestação democrática, pois não somente representantes de entidades falaram, mas também populares puderam expressar seu pensamento e indignação.

Representantes anônimos tiveram voz na manifestação, pessoas das comunidades do Vicente Soela, Ponte do Pancas, Colatina Velha, Cascatinha do Pancas, Bela Vista e várias outras comunidades tiveram a oportunidade de gritar contra o aumento dado aos vereadores por eles próprios.

Ente 400 a 600 pessoas estiveram presentes no evento e consequentemente muitas delas na sessão da Câmara. O plenário estava lotado, da mesma forma os corredores. Uma grande aglomeração gritando palavras de ordem como mercenários e  vão trabalhar; manifestação que fez o Presidente da Casa ,Eliézio Braz Bolzani, interromper a sessão por duas vezes.

Eliésio convocou 4 representantes dos manifestantes para uma reunião, para que pudesse de uma forma mais organizada ouvir a pauta de reivindicação e dar andamento nos trabalhos da casa.

O diálogo foi  entre o presidente da Casa de Leis e membros que  participavam do movimento. Segundo Eliane Inácio ,Presidente do Sindicato dos Servidores  Públicos Municipais de Colatina (SISPMC), foi apresentada uma pauta que continha a demonstração da insatisfação pelo aumento salarial e a criação do décimo terceiro salário e outras necessidades nas áreas da saúde, educação e interior. 

Ao dar segmento aos trabalhos da Casa, o Presidente Eliézio, se comprometeu com os presentes, que  em reunião já agendada com o Prefeito Sergio Menegueli, pedirá para que ele vete o projeto e consequentemente a Câmara vai acatar o veto em sessão da próxima segunda-feira, finalizando assim a pretensão do aumento salarial.

A manifestação, organizada pelos sindicatos e pela população nas redes sociais, demonstrou que a população unida pode conquistar seus objetivos.  O SISPMC distribuiu uma carta aberta a população com os seguintes dizeres:


‘’Na sessão de 18/11, os vereadores de Colatina aprovaram o aumento dos seus salários em 70% e criaram décimo terceiro para eles próprios, prefeito e vice-prefeito. O projeto foi votado em regime de urgência, pois não constava na pauta da sessão do dia, divulgada pela casa.

Com esse reajuste, o salário de um vereador será de R$7.200,00 e do prefeito será de R$11.000,00. O reajuste também beneficiará os Secretários do Município.  

O aumento salarial e a criação do 13º salário foram votados sem discussão preliminar na Câmara e sem conhecimento da população colatinense, visto que o projeto não estava tramitando na Câmara. O Prefeito Sérgio Meneguelli pode ou não vetar o aumento.

Hoje, o custo só com salários e INSS dos 15 vereadores é de R$ 875.000.00 por ano. Caso o reajuste seja sancionado pelo Prefeito, o custo irá para R$ 1.675.000,00 por ano.

Enquanto os vereadores aumentam seus salários os serviços públicos no município estão precários. A saúde está um caos: faltam remédios, faltam médicos, as consultas de especialidades demoram para serem marcadas,o transporte para doentes  está sucateado e não é suficiente, visto que são duas ambulâncias para um município com 120 mil habitantes.

A situação da Educação não é muito diferente. A tabela dos professores está defasada e errada, as escolas estão sucateadas e sem manutenção e as novas construções e demandas mais urgentes são realizadas com recursos de festas, organizadas pelos professores. Além disso, muitas obras estão paradas no município e nesse período de intensas chuvas a situação é alarmante. Muitas famílias estão preocupadas com suas casas e sua segurança por medo de deslizamentos.

Esse aumento é absurdo e foi aprovado de forma vergonhosa: às escondidas, sem conhecimento da população. O SISPMC repudia esse aumento e pede que a população colatinense mostre sua indignação e pressione para que os vereadores voltem atrás e esse projeto seja vetado. Contra os privilégios e por um serviço público de qualidade.

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