A comunidade de Bairro Honório Fraga e os surdos de Colatina tiveram nesta quinta-feira (5), uma notícia que chocou a todos, “uma das filhas do bairro” a Pedagoga e Intérprete de LIBRAS, Carla Ferreira, foi encontrada pelo marido, já sem vida dentro de casa na madrugada de hoje. Carla era professora, tradutora e Intérprete de LIBRAS, trabalhava com os surdos em Colatina e era reconhecida como uma profissional hiper qualificada.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 7 horas e 20 minutos desta manhã, para atender uma ocorrência de acidente doméstico em residência no bairro Honório Fraga. Ao chegarem ao local, os bombeiros encontraram caída no chão, em óbito, a pedagoga que estava grávida de 5 meses. De acordo com o marido da vítima, Roberto Luis do Amaral, ela teria sofrido uma queda.
Roberto contou que estava dormindo, e que tem o costume de deixar o relógio programado para despertar cinco e meia da manhã, diariamente, para não perder a hora de ir trabalhar. Que hoje o celular despertou e ele o desligou voltando a dormir não percebendo se Carla estava na cama, pois ele estava dormindo de costas para ela.
Carla por muitos anos sofreu com crises epiléticas e no decorrer dos anos muitas quedas foram ocasionadas. Era uma profissional comprometida com o seu trabalho como relata a amiga da família e ex Secretária de Educação de Colatina Maria Auxiliadora Torezani de Oliveira ” Carla era uma profissional dedicada em tudo que fazia, desde adolescente se destacava pela responsabilidade e comprometimento em seu trabalho” Ressalta a ex Secretária consternada com o ocorrido.
Carla estava feliz pois estava grávida de cinco meses e mesmo com o problema das crises epiléticas que há um bom tempo não surgiam, sabia que poderiam acontecer de uma hora para outra. Seu irmão Antonio Advalter Ferreira diz emocionado: ” Era a melhor pessoa do mundo, só fazia o bem, não sabia o que era maldade”.
Carla Ferreira tinha 38 anos de idade e deixa esposo, familiares, alunos, em especial surdos, chocados com a morte tão prematura. Uma pessoa que era dedicada, que amava a profissão e somente fazia o bem.
“Ela fez tudo , todo o tempo para meu filho surdo Leonan. Foi sua intérprete na Escola Carolina Pichler e o acompanhava em todas as ações necessárias ao seu desenvolvimento e conquista de direitos. Ia com ele às consultas, agências bancárias, Detran, bem como em todos os órgãos públicos para requerimentos como carteira de passe livre, entre outras documentações. Além de trabalhar por eles, ela amava os surdos.” desabafa com tristeza e gratidão a professora Silvania Dueles.
O velório acontece hoje , na Capela Mortuária do Bairro Honório Fraga. Moradores do bairro, profundamente entristecidos, não conseguem crer que a menina Carla se foi. Uma fatalidade que deixará os corações com muitas saudades e um grande vazio na Comunidade Surda que perdeu tão habilidosas mãos tradutoras, generosas e ajudadoras.