Ações de reparação na bacia do Rio Doce vão ultrapassar R$ 12 bilhões em 2020

A Fundação Renova deve fechar o ano de 2020 com R$ 12 bilhões em recursos desembolsados nas ações de reparação na bacia do rio Doce desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. Desse total, R$ 7,84 bilhões foram aplicados até dezembro de 2019, sendo que R$ 2,11 bilhões se referem a pagamentos de indenizações e auxílios financeiros a cerca de 320 mil pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Em 2020, o orçamento da Fundação Renova será de R$ 4,68 bilhões, crescimento de 72% em relação ao ano passado. Para as indenizações e auxílios financeiros, o volume de recursos previstos cresceu 50% em relação a 2019 e chega a R$ 1,5 bilhão.

O programa de reassentamentos vai receber R$ 889,3 milhões, um volume 138% maior em comparação com o ano passado. Mais da metade desse valor será destinada ao reassentamento de Bento Rodrigues (R$ 467,3 milhões), que chega ao fim do ano com 85% das obras concluídas.

No pico das obras do reassentamento, serão gerados em torno de 4 mil empregos. Em Bento Rodrigues, as casas estão em construção e a infraestrutura dos distritos, como redes de água, esgoto e energia elétrica, está em fase avançada. As obras da escola municipal e do posto de saúde e de serviços estão na etapa de alvenaria. A pavimentação da estrada que dá acesso ao terreno do reassentamento foi concluída em outubro de 2019, juntamente com a sinalização e iluminação.

Em Paracatu de Baixo, a construção das fundações das primeiras casas foi iniciada e os projetos conceituais de casas e arquitetônicos dos bens de uso coletivo, como escola e posto de saúde, com participação das famílias, estão sendo desenvolvidos. Em Gesteira, foi aprovado pelos moradores o projeto conceitual do reassentamento coletivo. A Fundação Renova vai analisar tecnicamente o documento para iniciar os trâmites de implantação com o protocolo das devidas licenças.

O orçamento também prevê um aumento na aplicação de recursos para as ações socioambientais, que vão receber 114% a mais em 2019, ou o equivalente a R$ 357,9 milhões para projetos que incluem saneamento, biodiversidade, manejo de rejeitos e monitoramento da água. Outros R$ 225,2 milhões serão investidos em projetos de Uso Sustentável da Terra (UST).

Para recuperar e reconstruir a infraestrutura impactada, mais de R$ 380 milhões foram desembolsados até dezembro do ano passado. Cerca de 1.500 obras foram concluídas e entregues, como restauro de casas, propriedades rurais e escolas, reconstrução de pontes, poços artesianos, contenções de taludes e encostas. No total, 142,2 quilômetros de acessos foram reformados e 1.200 quilômetros passaram por manutenção.

Reflexos na economia

Todas essas frentes de atuação têm movimentado a economia, com geração de 6,2 mil empregos e recolhimento de R$ 128,7 milhões em impostos para as prefeituras.

A Fundação Renova prioriza a contratação de empresas e mão de obra locais. Até o fim do ano passado, 56% dos contratos firmados pela Fundação foram fechados com fornecedores de municípios atingidos, totalizando um desembolso de R$ 1,43 bilhão em toda sua área de atuação.

Em 2020, os programas socioeconômicos vão receber R$ 118 milhões, que serão direcionados para recuperação e diversificação da economia e empreendedorismo, entre outras ações.

Orçamento de 2020:

– Desembolso de R$ 4,68 bilhões (+72% em relação ao realizado de 2019)

– Reassentamento terá R$ 889,3 milhões (+138%)

– Pagamento de R$ 1,5 bilhão em indenizações e auxílios financeiros (+50%

em relação a 2019)

– Programas socioambientais (saneamento, biodiversidade, manejo de rejeitos e monitoramento de água) receberão R$ 357,9 milhões (+114%)

Dados da reparação até 2019:

– R$ 7,84 bilhões desembolsados nas ações de reparação

– R$ 2,11 bilhões pagos em indenizações e auxílios financeiros para cerca de 320 mil pessoas

– R$ 491 milhões em recuperação ambiental e manejo dos rejeitos

– R$ 380 milhões para recuperar e reconstruir a infraestrutura

– Geração de 6,2 mil empregos e R$ 128 milhões em impostos para as prefeituras

– 56% dos contratos firmados com empresas de municípios atingidos

– Mais de 1.500 obras concluídas e entregues

– Casas em construção no reassentamento e infraestrutura avançada

– 92 pontos de monitoramento do rio Doce indicam que a água pode ser consumida depois de tratada

– 1 milhão de metros cúbicos de material retirado do reservatório de Candonga e limpeza das três turbinas da usina concluída

– 230 cidades fazem parte do maior inventário florestal em andamento no país

Portal ES-FALA/Informações Portal Jornal do Norte.

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