Prefeito de Baixo Guandu diz não a vereadores que querem hidroxicloroquina

Os vereadores Romilson Araújo, Paulo Cezar da Fonseca e Aguinaldo da Penha pediram à Prefeitura de Baixo Guandu, na semana passada, que compre e distribua para a população hidroxicloroquina e azitromicina para tratamento inicial da Covid-19.

O prefeito Neto Barros, negou o pedido e, numa extensa exposição de motivos, explicou por que não está adotando, na rede municipal de saúde, os medicamentos recomendados pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados e que acabaram sendo motivo de disputa política.

Logo no texto inicial do documento enviado nesta quinta-feira (16) pelo prefeito a Câmara de Vereadores de Baixo Guandu, Neto Barros e a Secretária de Saúde, Terezinha Alves Bolzani, criticam o pedido dos parlamentares. “Vimos com muita consternação e preocupação que o Poder Legislativo esteja tão desconectado da realidade sobre a pandemia do Covid-19 que assola o planeta. Causa repulsa um pedido de providência dessa natureza. Verdadeira excrescência. A vida de nossos conterrâneos é prioridade da Administração Municipal”. Diz trecho do ofício.

Em seguida, o prefeito e a secretária de saúde, relacionam uma série de pareceres científicos, inclusive da Organização Mundial de Saúde (OMS), com comentários ácidos sobre a solicitação dos três vereadores.
“Quem, em sã consciência, permitiria que alguém utilizasse medicamentos que além de não ajudarem no combate ao famigerado coronavírus, em muitos casos, fragilizam ainda mais o paciente, que podem até matar? Tal situação chega ser até surreal”. Continua o documento.

Neto Barros e Terezinha Bolzani também rebatem o argumento dos parlamentares, que sustentavam que o Governo do Estado recomenda o uso de hidroxicloroquina e azitromicina para tratamento inicial da Covid-19.
“Segundo o último protocolo do Governo Estadual, apenas em casos graves e gravíssimos fora possibilitado uso dos medicamentos indagados por vossas excelências. E, nesse tanto, casos graves e gravíssimos ocorrem quando o paciente se encontra entubado nas UTIs dos Hospitais Estaduais”. Destaca o ofício de 2.543 palavras.

No final tanto o prefeito quanto a secretária criticam a suposta manifestação política de medicamentos e procedimentos científicos de combate à Covid-19 e mandaram um recado aos parlamentares, que são de oposição. A ciência, principalmente na área de ciência farmacêutica e da medicina, não pode ser politizada e manipulada por outros interesses (sejam financeiros, seja para a construção o corroboração de narrativas políticas, ou para impulsionar carreiras de celebridades médicas e políticas de curta existência). Vidas estão em jogo. Pensem bem. 

ES-FALA/Informação Gazeta

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