Começou, nesta segunda-feira (04), no Tribunal de Apelação de Londres, na Inglaterra, o julgamento de um recurso apresentado por pessoas e instituições afetadas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015. Eles pedem que os juízes britânicos reconheçam a competência da Justiça do Reino Unido para tratar do caso.
O julgamento, portanto, vai decidir a jurisdição, definindo se a ação pode ser julgada na Inglaterra ou se deve permanecer no Brasil.
Nos primeiros julgamentos, devido à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), os tribunais tinham uma dura restrição de público, o que está muito mais flexível no momento, com a vacinação e controle da COVID-19. O próprio acesso ao Reino Unido era restrito e estrangeiros deveriam fazer quarentena em isolamento que chegou a ser de 15 dias. Com isso, espera-se a presença de atingidos.
Fundação Renova já pagou mais de R$ 20 bilhões
Para reparar os danos, um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) foi firmado em março de 2016. As três mineradoras concordaram em arcar com os custos e pactuaram com o governo federal e com os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo a governança do processo.
Por meio de nota, a entidade informou que cerca de R$ 20,01 bilhões já foram desembolsados nas ações de reparação e compensação, até fevereiro de 2022.
As indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais (AFEs) pagos a atingidos de Minas Gerais e do Espírito Santo chegaram a R$ 8,74 bilhões, para mais de 368,4 mil pessoas, conforme informado pela empresa.
“Foi concluída a implantação da restauração florestal em áreas onde houve depósito de rejeitos, e a água do Rio Doce pode ser consumida após tratamento. Também foi concluído o repasse de R$ 830 milhões para os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e 38 municípios para investimentos em educação, infraestrutura e saúde. A Fundação Renova destaca ainda que o relatório preliminar da perícia judicial realizada nos trabalhos de reparação constatou que, nos casos em que o escopo de trabalho dos programas foi definido com clareza pelo sistema de governança participativo, a reparação apresenta avanços”.
Como é a audiência na Inglaterra
Envolvidos
– Atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão, representados pelo escritório inglês PGMBM
– Mineradora anglo-australiana BHP Billiton, uma das controladoras da Samarco, que operava a barragem de Mariana
Onde acontece?
Na Corte de Apelação, em Londres, iniciou segunda (04) e terminará sexta-feira (08), das 10h às 16h (7h às 13h no horário do Brasil)
Etapas da Justiça
Jurisdição – Fase atual
Atingidos tentam provar que o caso deles deve ser ouvido e julgado no Reino Unido
Julgamento do mérito
Juízes decidem se a BHP Billiton é responsável pelo rompimento e deve indenizar os atingidos
Histórico do processo
2 de Novembro de 2018
Caso foi ajuizado
22 a 31 de julho de 2020
Primeira instância considera improcedente
23 de março de 2021
Apelação confirma a decisão
27 de julho de 2021
Recurso extraordinário reabre caso
Como está sendo o julgamento?
– Painel com três juízes, incluindo o vice-presidente da Corte de Apelação, demonstrando como o caso está sendo tratado com extrema seriedade
– Advogados dos atingidos se manifestam primeiro e, em seguida, a BHP Billiton. Os juízes podem solicitar às partes que apresentem argumentos ou evidências além das que já foram oferecidas
– Ao fim, o painel de juízes precisa elaborar, a partir do que foi apresentado pelas partes, uma decisão detalhando a justificativa de cada um dos juízes. Isso pode levar alguns dias
O que pode acontecer
Vitória dos atingidos
Caso volta para a primeira instância e segue para a fase de mérito. BHP pode conseguir apelar para a Suprema Corte
Vitória da BHP Billiton
Há a possibilidade de recurso à Suprema Corte
ES FALA: imagem crédito Wikimedia.
Uma resposta
Foi lamentável oque ocorreu comigo Elizabeth Barbosa Oliveira no auge de um tratamento de câncer sofrendo os sofrimentos de uma doença mortal e seu tratamento sofrido tendo que beber 2 litros de água por dia e eu tinha que ir pra fila naquele sol escaldante