Colatina vai definir privatização do Sanear somente após indenização da Samarco

O prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi, vai aguardar a definição sobre os valores que o município receberá de indenização por conta do desastre de Mariana, provocado pelo rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, para definir os rumos que o saneamento básico da cidade vai tomar. A privatização do serviço tocado hoje pela autarquia municipal Sanear, não é a primeira opção, mas está no radar do mandatário.

A decisão sobre o montante que entrará no caixa municipal deve sair até dezembro. É aguardado algo próximo a R$ 600 milhões, que seriam prioritariamente usados na ampliação da infraestrutura de saneamento básico da cidade e na recuperação das matas ciliares dos rios Doce, Pancas, Santa Joana e Santa Maria do Doce. Caso o dinheiro que entre fique muito aquém do aguardado, o Sanear pode sim ser concedido.

“Não é a nossa prioridade, o objetivo é seguir como está, com o Sanear tocando as obras de ampliação do nosso sistema. Estamos aguardando a definição sobre a repactuação do desastre da Samarco, afinal, os investimentos necessários são altos. Estou trabalhando com R$ 600 milhões, cálculo que fizemos tomando por base o que foi feito em Brumadinho, mas se vier muito abaixo disso, temos que estudar as possibilidades. Trazer a iniciativa privada é uma delas”, explica Guerino.

O Sanear (Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental) é responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto da maior cidade do Noroeste Capixaba, com 123 mil habitantes. O volume de pessoas atrai a atenção de grandes empresas que, desde o estabelecimento do Marco do Saneamento, em 2020, estão entrando forte no setor.

A  Aegea, a maior empresa privada do segmento no país, já disse que está de olho em Linhares, Colatina e São Mateus. A companhia é a responsável, em parceria público-privada firmada com a Cesan, pela coleta e tratamento de esgoto em Cariacica, Serra e Vila Velha.

Colatina tem hoje 50% do esgoto tratado. Sobre o fornecimento de água, desde o desastre de Mariana, em novembro de 2015, o serviço caiu em descrédito, já que a água utilizada pela cidade é captada do Rio Doce. O prefeito disse que o sistema de captação terá de ser completamente trocado, saindo do Doce e indo para barragens, que precisarão ser construídas nos rios Pancas e Santa Maria do Doce, a um custo total de R$ 60 milhões.

Fonte: Abdo Filho/A Gazeta

Foto: Estação de Tratamento do Sanear em Colatina

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