Aluguel por temporada faz preço subir e deixa colatinenses que optaram por morar próximos às praias quase sem opções

Uma tendência de mercado tem mostrado força nos últimos anos aqui no Estado do Espírito Santo: o aluguel por temporada.

Donos de imóveis vêem a possibilidade de aumentar os ganhos com o investimento feito na compra das propriedades e, além disso, de poder usar o espaço quando tiverem vontade. 

A variação do preço praticado pelo mercado imobiliário, sobretudo residência, nas praias de cidades como Aracruz, Fundão e Serra, que são os principais destinos de moradia para os colatinenses e moradores da região Noroeste, tem relação com diversos fatores, sendo o principal deles a lei de oferta e procura. Com isso famílias colatinenses, que antes optaram por morar no litoral estão com dificuldades de achar moradias cuja aluguel caiba no bolso e encontrar proprietários que queiram praticar aluguéis anuais, pois a prioridade é por temporada. i

É o caso de algumas famílias, que possuem residência em Colatina que optaram alugar seus imóveis e viverem mais próximos do mar. A colatinense, Cintia Alvarenga, ex moradora do bairro Nossa Senhora Aparecida, que já vive na localidade de Praia dos Padres, litoral de Aracruz, relatou que: com a prática de aluguel de temporadas, principalmente para as empresas locais, os locadores optam por aluguéis de temporada e não mais pelo aluguel contínuo, isso, segundo ela, está causando dificuldades para permanecer no local. “Antes achávamos casas para alugar e fazíamos contratos de dois até três anos, Agora esta prática está difícil”, revela a comerciante aposentada.  

Outro local que demonstra escassez de imóveis para aluguel a longo prazo é o balneário de Barra do Sahy, também no litoral de Aracruz. Segundo o colatinense, Francisco de Assis Silva Neto, que mora no local há mais de 8 anos, que também possui imóveis alugados em Colatina, relatou que o proprietário da residência, optou por não mais alugar o imóvel anualmente, e sim, por temporada. “A prioridade passou a ser as firmas que vêm prestar serviços às grandes empresas localizadas na região, isso proporciona ao proprietário, alugar por períodos mais curtos, ganhar mais do que as locações anuais e ainda poder utilizar a casa quando bem desejar. Isso faz com que haja escassez de ofertas e aumenta significativamente o valor do aluguel”.

Mas esse fenômeno não atinge somente pessoas de outras cidades que pretendem morar no litoral, mas também famílias nativas que estão precisando morar mais longe do trabalho e da rotina normal por causa do aumento de preço. “Morei a minha vida toda aqui próximo ao meu trabalho, mas agora está mais difícil de alugar casa. O jeito vai ser me distanciar para conseguir. E isso atrapalha muito por que, passo a gastar com transporte, talvez até transferir minhas filhas de uma creche para outra. Mas fazer o que né”, diz o peixeiro Pedro Paulo da Silva.

Segundo a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES), a produção de unidades não tem atendido a demanda por locação, seja por temporada ou não. Assim, é normal que os preços subam mais que a inflação.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo protegido