Trabalho escravo: fiscalização resgata 14 pessoas na colheita do café em Governador Lindenberg

Ao menos 14 trabalhadores e quatro crianças foram resgatados em condições análogas à de escravidão na colheita do café em uma fazenda de Governador Lindenberg, na manhã desta segunda-feira (3), durante uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Imagens mostram o local insalubre onde o grupo vivia, enquanto trabalhava na lavoura. Segundo o MTE, além da situação de precariedade do local, os trabalhadores também tinham dívidas que ultrapassam os salários, explicou  o auditor fiscal do trabalho, Rodrigo de Carvalho, e por isso não conseguiram voltar para casa. A maioria deles são de Água Doce do Norte.

“Foram diversas irregularidades. O principal problema é a condição degradante dos trabalhadores. Eles estavam amontoados em três quartos, com crianças, até um bebê, e não havia água potável, não havia cama para todo mundo. Estavam nesta situação desde abril. Outro fato grave é que eles estavam sem receber os valores, porque tinham muitas dívidas no comércio local. Eles eram obrigados a fazer compras e tinham dívidas de R$ 20 mil. Com isso, não conseguiam dinheiro nem para voltar para casa”, disse o auditor fiscal do trabalho.

Um dos trabalhadores, que não quis se identificar, morador de Barra de São Francisco, relatou como era viver naquelas condições. Segundo ele, a casa onde ficavam tinha 10 beliches em um quarto e a divisão do espaço não era adequada.

“O alojamento era pequeno. Tinha um quarto com 10 beliches e era muito apertado. Na casa tinha banheiro, mas não era adequado. Chegou a passar de 30 pessoas na casa. Algumas pessoas foram embora, por não ter acordo. Eles tinham promessa de fazer R$ 21 por saca de café, mas não nos pagavam esse valor”, comentou.

O auditor fiscal informou que os trabalhadores ficarão hospedados em um hotel de Colatina, enquanto aguardam pelos pagamentos.

“Entramos em contato com os proprietários, vamos fazer um cálculo e cobrar os direitos rescisórios e emitir guias de seguro-desemprego. Depois disso, eles vão voltar para casa. Se houver pagamento, será feito um termo de ajustamento de conduta. Se ele se recusar a pagar, o Ministério Público deve ajuizar uma ação civil pública”, finalizou Carvalho.

Esta foi a sétima operação com resgate de trabalhadores somente neste ano no Espírito Santo. Ao todo, 59 pessoas foram resgatadas de trabalho análogo à escravidão, segundo o MTE.

5 respostas

  1. Vai ver que os escravos são anticomunistas.
    Mas isso está ocorrendo no Brasil inteiro. Não seria a mesma situação de uma doméstica que trabalha mais de 10 horas por dia e recebe 400 ou 500 reais mensais?

  2. Já existe uma colheitadeira mecanizada para café em qualquer situação de terreno, procurem se informar para não se tornarem vítimas de oportunistas! Não dêem trabalho para quem não quer trabalhar, o Ministério Público e a Justiça do Trabalho que arrume emprego para esses cidadãos! Compre já a sua colheitadeira mecanizada e dispense a mão de obra desnecessária

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Conteúdo protegido