O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) apresentou denúncia contra o prefeito de João Neiva, Paulo Sergio de Nardi, conhecido como Micula, por suspeita de compra de votos e lavagem de recursos. A ação foi desencadeada após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 1º de outubro de 2022, durante uma operação eleitoral na BR 259.
Durante a abordagem, foram encontrados no veículo do prefeito 12 mil santinhos de candidatos, materiais de propaganda eleitoral, além de credenciais de 20 fiscais e delegados de sessões eleitorais daquele ano. Além disso, foram apreendidos 7 vales-combustíveis, já datados e assinados, e a quantia de R$ 7,2 mil em dinheiro.
O MPES, além de pedir a condenação do prefeito por compra de votos e lavagem de recursos, solicitou à justiça a autorização para a quebra do sigilo bancário de Micula. O objetivo é verificar a origem do montante encontrado no veículo durante a abordagem da PRF.
O promotor eleitoral destaca que o prefeito apresentou diferentes versões para explicar a posse do valor, incluindo a alegação de ter sacado o próprio salário para comprar um computador para a filha. No entanto, o Ministério Público suspeita que os recursos sejam provenientes de caixa dois eleitoral, com possível finalidade de compra de votos.
Uma proposta de acordo de não persecução penal (ANPP) foi oferecida ao prefeito, no qual ele poderia admitir a prática do crime e cumprir medidas determinadas pelo MP em vez de enfrentar um processo tradicional. Contudo, Micula não confessou o crime e recusou o acordo, que agora aguarda aceitação pela justiça. O desdobramento desse caso promete agitar o cenário político de João Neiva nos próximos meses.
ES FALA: imagem crédito Prefeitura de João Neiva/informação A Gazeta
