A Auditoria Interna do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) recomendou a retificação da homologação do resultado final do concurso público nº 01/2023, especificamente em relação ao cargo de docente de Atendimento Educacional Especializado (AEE). No entanto, a instituição de ensino optou por não acatar a recomendação, o que tem gerado debate e preocupação entre os envolvidos.
Segundo reportagem publicada pelo jornal eletrônico Século Diário, a controvérsia teve início quando a candidata Laís Perpétuo Colombo, inicialmente inscrita para vagas destinadas a cotas raciais, foi indeferida no procedimento de Heteroidentificação por não apresentar o fenótipo requerido. Posteriormente, ela passou a concorrer nas vagas de Ampla Concorrência, obtendo uma pontuação de 72 pontos na Prova de Conhecimentos Específicos, insuficiente para passar para a segunda etapa do concurso. No entanto, Laís foi aprovada e convocada para tomar posse, levantando questionamentos sobre a equidade do processo.
A professora Patricia Moschem, que há 12 anos trabalha na Rede Pública Municipal de Ensino de Colatina, que solicitou esclarecimentos ao Ifes sobre o assunto, expressou preocupação com a situação, destacando que a candidata foi beneficiada por um direito reservado às pessoas pretas e pardas. Ela ressalta que outros candidatos, com pontuações próximas, foram eliminados do processo por não atingirem a nota mínima necessária.
Enquanto o Ifes defende a decisão de não retificar o resultado, argumentando que tal ação violaria o princípio da legalidade e justiça administrativa, a Auditoria Interna sustenta que a candidata deveria ter sido realocada para concorrer nas vagas de Ampla Concorrência após o indeferimento de sua autodeclaração.
O impasse levanta questões importantes sobre a transparência e equidade nos concursos públicos, bem como a interpretação e aplicação das normas estabelecidas nos editais. A resolução desse caso poderá ter repercussões significativas não apenas para os envolvidos neste concurso específico, mas também para futuros processos seletivos conduzidos pelo Ifes e outras instituições similares.
O QUE DIZ A CANDIDATA PATRÍCIA MOSCHEM
A declaração da professora e pedagoga Patricia Moschem, com sua vasta experiência na rede municipal de Colatina e seu atual percurso acadêmico no doutorado em Educação na UFES, destaca a importância da carreira docente na rede federal de ensino, que oferece diversas oportunidades de atuação e crescimento profissional.
Ao relatar sua participação no concurso para Docentes do Ifes, Edital nº01/2023, Patricia expõe sua frustração diante do equívoco da Comissão, que resultou na sua eliminação do certame. Destaca-se o descontentamento causado pelo fato de uma candidata, sem atingir a nota de corte, ter avançado para as etapas seguintes, ultrapassando Patricia na classificação. Conforme as regras do edital, apenas quatro candidatos seriam aprovados na Ampla Concorrência, e Patricia esperava estar entre eles.
Patricia expressa sua confiança de que os direitos constitucionais sejam preservados pela Comissão Organizadora do concurso, em conformidade com a recomendação do Ministério Público Federal, que solicita a retificação do resultado final, excluindo o nome da candidata em questão da lista de aprovados.
Essa declaração da professora ilustra não apenas a sua situação pessoal, mas também ressalta a importância da transparência, equidade e observância das regras estabelecidas nos concursos públicos, garantindo assim a integridade e justiça do processo seletivo.
O Portal de Notícias ES FALA está aberto para ouvir e considerar o posicionamento tanto do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) quanto da candidata Laís Perpétuo Colombo e suas respectivas defesas em relação aos eventos mencionados. Apesar dos esforços para estabelecer contato, não obtivemos sucesso até o momento. No entanto, reiteramos nossa disposição em receber suas manifestações e fornecer um espaço justo e equitativo para todas as partes envolvidas neste caso.
O QUE DIZ O IFES
A Comissão Organizadora do Concurso Público – Edital nº 01/2023 esclarece que já teve ciência e seguirá a a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) de desclassificar a candidata Laís Perpétuo Colombo.
Cordialmente,
Nathalia Poloni
Assessoria de Comunicação SocialIfes – Reitoria27 3357-7526
13 respostas
Essa questão de vaga para cotas específicas tem, sim, que ser aperfeiçoada, mas é de suma importância para ã equidade. Entretanto, uma doutora reclamar de uma possivel falha de aprovação por cota, não lhe cabe. Até porque foi reprovado por insuficiência de nota
Se for seguir pela insuficiência de nota , a nota da pessoa que passou também foi insuficiente na ampla concorrência.
O reitor do IFES, Jadir José Pela, filiado ao PSB , foi informado pela Patrícia Moschem e também por lideranças políticas sobre os fatos ocorridos e , até agora não se manifestou .
Genivaldo, não é somente uma questão do Jadir se manifestar, uma vez que já homologou o resultado, a questão da “legalidade” é muita mais ampla e envolve ambos os lados.
Só para deixar claro: a professora, que é doutoranda na UFES, não pertence ao quadro docente do campus Colatina. Conforme a matéria, a professora atua profissionalmente no município de Colatina.
Essas vagas específicas destinada a cota raciais deveria ser extinta. O Negro,o branco ou o amarelo tem que ocupar um cargo pela sua competência,sempre fui contra esse tipo de previlegio que muitas vezes tira a vaga de quem ralou e merece a oportunidade.
Típico discurso de pessoas brancas desinformadas.
Como uma pessoa bem informada, me explique qual a vantagem genética que uma pessoa branca tem sobre a negra? Obs, sou negro.
Não sou branco. Mas concordo com a Luciana Buzetti. O diferencial deve ser a competência.
Concordo com a Luciana Buzetti, dar o direito por cor vale para qualquer um ,que seja branco, parda o negra, vale para quem obteve maior desenvolvimento..Se fosse num caso de capacidade num comércio, tem que prevalecer quem tem maior desenvolvimento.
Eu passei meio ambiente ate hoje não me chamaram fiz curso na eletróbras forçado porque tinha que trabalhar resgate de fauna e flora
É estranho você pesquisar para ver o biótipo da candidata que alega necessidade cota racial e ver que não há “rastro” de redes sociais ativas com a sua imagem…
Sempre fui e serei contra essas cotas. A única cota justa é a da condição econômica.
As cotas raciais, além de necessárias, são moralmente legítimas. É redundante falar sobre os três séculos e meio de escravidão que moldaram a sociedade brasileira…sugiro que vc reflita sobre os conceitos de igualdade e equidade, assim, terá a oportunidade de rever sua opinião acerca do tema.