O samba colatinense perdeu, nesta segunda-feira (07), um de seus maiores nomes: Alcino Luiz Ferreira. Era o último da velha guarda do samba de Colatina. Alcino foi bicampeão do Carnaval colatinense pela Escola de Samba Acadêmicos de São Vicente, em 1982 e 1983. Suas histórias foram sempre acompanhadas de muitos risos. Eram longas e cheias de vida.
Alcino tinha 75 anos. Nasceu no distrito de Itapina, mas na década de 60 já mantinha contacto com a comunidade do bairro São Vicente. Jogou nos dois principais times da comunidade, o Magnata e o Esporte Clube São Vicente. Foi o início do que seria uma relação de anos com a comunidade que durou décadas.
No ano 2000 Alcino presidiu a Associação de Moradores de São Vicente. De acordo com o compositor e intérprete de sambas de Colatina, Dida, Alcino sempre foi uma ótima pessoa, boa praça, voltada para a comunidade e querido por todos. Fez muito pelo samba e por São Vicente.
Segundo o odontólogo Pepe Vasconcelos que acompanhou de perto o tempo que o amigo esteve internado, Alcino teve um problema renal há algum tempo atrás mas se recuperou. Pegou Covid 19 e estava se recuperando, mas no décimo quinto dia teve complicações e no domingo da eleição municipal foi encaminhado para o hospital onde foi intubado.
Alcino ficou internado na UTI de um hospital particular por 20 dias, falecendo nesta segunda-feira por não resistir às consequências do novo Coronavirus.
De acordo com o amigo Dida, além de ter sido presidente da Acadêmicos, Alcino era um excelente ritmista, e quando estava na roda de amigos pedia que quando morresse gostaria de ter a bandeira da escola de samba que tanto amou sobre o caixão e a bateria acompanhando o cortejo. Mas, devido às limitações decorrentes da pandemia o desejo não pôde ser realizado e o enterro foi nesta segunda-feira mesmo, às 16 horas no cemitério de São Vicente.
Pepe Vasconcelos disse:”Foi muito bonito de se ver. No momento que o carro da funerária passava com o cortejo nas ruas da comunidade as pessoas saíam de suas casas, o comércio baixava suas portas em reverência e respeito e dar o último adeus a esse baluarte do samba e da comunidade de São Vicente”.
Alcino deixou esposa, uma filha e centenas de pessoas que sendo ou não da comunidade, gostando ou não de samba e futebol, tiveram o prazer de conviver com uma pessoa que representa uma parte da história de Colatina e que deixa muitas saudades.