Faleceu nesta terça-feira (7), um dos mais importantes prefeitos da história de Colatina

Um dos prefeitos mais lembrados da história contemporânea do município de Colatina, Paulo Stefenoni, 81 anos, faleceu na manhã desta terça-feira (7). Stefenoni, comandou o município de Colatina entre 1973 a 1977.

Segundo informações de familiares, ele lutava, há cerca de 30 dias, contra um tumor no cérebro, potencialmente agressivo e de rápida evolução.

Morando em Vila Velha, na Grande Vitória, há alguns anos, Paulo estava internado em um hospital particular da Capital, ainda conforme informações de familiares.

Como prefeito, ficou conhecido por algumas obras importantes, como a construção do Cristo Redentor e a retirada do trilho do trem da Vale do Rio Doce, da avenida Getúlio Vargas, centro de Colatina, galeria do Córrego São Silvano e várias ruas do município.

O ex-prefeito morava em Vila Velha há mais de 30 anos, mas mantinha laços afetivos com Colatina, onde foi presidente da Câmara Municipal de Colatina, em 1966. Com sua morte, o único vereador vivo da câmara formada em 66, é o agricultor Naum Soeiro. 

Em 1970, Paulo Stefenoni chegou a disputar a eleição para prefeito de Colatina, mas acabou perdendo para Cyro Tedoldi Netto. Mas após a gestão de Cyro, Paulo Stefenoni conseguiu se eleger e ocupou a cadeira de prefeito do município de 1973 a 1978.  

Em 1982, Stefenoni disputou mais uma vez a prefeitura de Colatina, teve, individualmente, mais votos do que os outros candidatos, mas devido ao sistema eleitoral da época, ser o de voto vinculado, ele não venceu as eleições. Nessa época as eleições para prefeito no Brasil aconteciam dá seguinte forma: haviam três candidatos a prefeito em cada chapa e o que recebia a maior quantidade de votos da chapa vencedora, era eleito.

A disputa em 1982, como revela o ex-vereador de vários mandatos em Colatina, Jarjura, foi intensa. “Na chapa da extinta Arena, na época Partido Democrático Social (PDS), disputaram Paulo Stefenoni, Eraldo Trevisane e Davi Laurete e pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), participaram Tadeu Giuberti, Lézio Sathler e Sérgio Ceotto. Na época Stefenoni foi o mais votado entre todos os candidatos de ambas as chapas, mas devido o sistema eleitoral a chapa vencedora, ou seja que obtivesse mais votos, elegeu o prefeito”, revela.

Paulo disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo, mas não obteve êxito. Na época (1986), quem se elegeu por Colatina foi seu antigo parceiro de campanhas políticas de nome Dilo Binda. Posteriormente veio a deputado estadual e duas vezes prefeito do município.

RETIRADA DO TRILHO DO TREM DA VALE DO RIO DOCE  

No dia 24 de outubro de 1975, a cidade de Colatina parou para assistir a passagem do último trem da Vale, no centro da cidade, e as retiradas dos trilhos da ferrovia que por quase 70 anos passou por ali.O prefeito de Colatina era Paulo Stefenoni que recepcionou o ministro dos Transportes, Dirceu Nogueira, o governador Élcio Álvares, os diretores da Vale, secretários de Estado e representantes da classe política capixaba, no evento de retirada dos trilhos. Um grande festival de chopp aconteceu no município no dia do evento.

 
CONSTRUÇÃO DO CRISTO

A estátua do Cristo Redentor de Colatina foi inaugurada pela Prefeitura em 1975 no bairro Cristo Redentor, hoje Bela Vista, na administração do então prefeito Paulo Stefenoni.Construída pelo arquiteto, desenhista, pintor e escultor autodidata, Antonio Francisco Moreira, foi considerada na época a segunda maior estátua do Brasil, ficando atrás apenas da do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Perde para a do Rio em apenas 2,5 metros. 

 

Foram diversas obras em seu mandato o que tornou Paulo Stefenoni, um dos maiores nomes da história do município de Colatina. Posteriormente, seu filho Paulo Stefenoni Júnior, ocupou uma cadeira na Câmara Municipal de Colatina.

O sepultamento do ex-prefeito está marcado para esta quarta-feira (8), no cemitério de Ponta da Fruta em Vila Velha.