Complementação do Fundeb não virá para Baixo Guandu, Colatina, Marilândia e outras cidades da região

O recente anúncio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) sobre os municípios do Espírito Santo excluídos do recebimento do Valor Aluno Ano Resultado (Vaar) trouxe à tona questões complexas sobre as políticas educacionais e suas interseções com variáveis sociais, econômicas e estruturais.

Dos 78 municípios do Espírito Santo, 50 foram considerados inabilitados para receber o Vaar, revelando uma disparidade significativa na distribuição dos recursos. Essa complementação financeira, representando 1,5% do Fundeb, é direcionada a municípios que não alcançaram o Custo Aluno Ano, estabelecido por uma comissão no mês de dezembro.

Entre as localidades privadas do Vaar estão cidades do norte (Baixo Guandu, Colatina, Nova Venécia) e outras áreas. O não atendimento das condicionantes impostas para receber o recurso, como redução das desigualdades educacionais e implementação de gestão democrática, reflete a fragilidade das políticas públicas educacionais e sociais.

Especialistas, como o professor Douglas Ferrari da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), questionam a eficácia do Vaar. Ele destaca a necessidade de políticas públicas mais abrangentes, que considerem não apenas aspectos educacionais, mas também questões sociais como saúde, assistência social e saneamento básico, para abordar as desigualdades na educação.

A crítica também se estende à forma como o Vaar avalia o desempenho, colocando em questão a responsabilidade dos professores sobre o aprendizado dos alunos e destacando a influência de fatores externos, como o nível socioeconômico das famílias, no processo educacional.

O debate em torno do Vaar revela a necessidade de um olhar mais amplo sobre a educação, considerando não apenas o ambiente escolar, mas também as condições socioeconômicas e estruturais que impactam significativamente o desenvolvimento educacional das comunidades.

CIDADES NÃO APTAS

Vitória, Vila Velha e Guarapari, na região metropolitana; Alegre, Apiacá, Bom Jesus do Norte, Castelo, Iconha, Marataízes, Mimoso do Sul, Muniz Freire, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul e Vargem Alta, no sul; Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Colatina, Ecoporanga, Governador Lindemberg, Ibiraçu, Itaguaçu, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Laranja da Terra, Mantenópolis, Marilândia, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pancas, Pinheiros, Ponto Belo, Rio Bananal, São Roque do Canaã, Sooretama e Vila Valério, no norte; Dores do Rio Preto, Ibatiba, Ibitirama, Irupi e Iúna, no Caparaó; e Santa Leopoldina, Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá e Venda Nova do Imigrante, na região serrana.

ES FALA: imagem crédito Estadão

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