Um homem natural de Colatina de 26 anos foi preso em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (18), suspeito de extorquir uma mulher sob a ameaça de divulgar vídeos íntimos dela na internet. Ele se passava por um empresário de alto poder aquisitivo nas redes sociais, fazia falsas promessas de vantagens financeiras a mulheres, filmava as relações sexuais que mantinha com elas e, depois, cobrava dinheiro para não publicar as imagens online. Segundo a Polícia Civil, o preso fez pelo menos cinco vítimas, em Minas Gerais e fora do Estado, mas o número pode ser ainda maior.
De acordo com a corporação, o colatinense é geólogo, e trabalha em uma empresa de mineração em Congonhas, na região Central de Minas. Ela se apresentava como “sugar daddy” em sites de relacionamento: um homem maduro, rico e bem-sucedido que se relaciona com mulheres jovens, com a promessa de, em troca, patrociná-las. Ele dizia que iria mantê-las financeiramente.
A Polícia Civil chegou ao geólogo por meio de uma das vítimas, uma modelo e administradora de 24 anos que mora em Belo Horizonte. Eles começaram a conversar pela internet e marcaram um encontro no Rio de Janeiro, com os custos pagos pelo suspeito.
Depois da viagem, o colatinense prometeu que iria depositar o dinheiro na conta da vítima, o que não aconteceu. Quando ela o cobrou, o homem disse que se tratava de um golpe e que tinha filmado as relações sexuais entre os dois. Ele solicitou entre R$ 5.000 e R$ 10 mil para não divulgar as imagens na rede.
“Ele é uma pessoa que tem um linguajar muito singular, uma característica de dissimulação muito grande, de aproximação das vítimas, e criou um currículo falso nas redes sociais. Ele buscava vítimas muito bonitas, com muitos seguidores nas redes sociais, e ainda solicitava que elas angariassem outras meninas para que elas também fizessem parte do que ele chamava de clube, para continuar a prática dos crimes”, afirmou o delegado Vinícius Dias, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (19) na capital.
Segundo ele, o fato de o homem ser mais jovem do que os “sugar daddies” tradicionais acabava atraindo mais as mulheres. Como ele viajava muito a trabalho, a suspeita da polícia é que ele tenha feito vítimas em diferentes locais do Brasil. “Ele aproveitava dessa situação de viagem para, em cada Estado a que ia, angariar vítimas por meio de sites de relacionamento”, disse.
Para a prisão do homem, equipes da corporação acompanharam um encontro marcado entre ele e a vítima em um shopping no Belvedere, na região Centro-Sul da capital. Os policiais flagraram o momento em que a mulher entregou ao suspeito um envelope com R$ 3.000, o que caracteriza o crime de extorsão, cuja pena pode chegar a dez anos de prisão.
A polícia já identificou outras quatro vítimas, sendo uma de Minas e três em outros estados. O suspeito negou o crime, mas confirmou a prática dos atos sexuais.
A Polícia Civil também apura se o homem cometeu estupro, uma vez que as evidências indicam que a segunda relação sexual que ele teve com a vítima não foi consentida. Ele não tem passagens anteriores pela polícia em Minas Gerais e no Espírito Santo.
No notebook do suspeito, foram encontrados vídeos de relações sexuais mantidas com outras mulheres. As investigações vão continuar com o objetivo de identificar as demais vítimas.
O delegado Wagner Sales ressaltou a importância de as mulheres procurarem a polícia e denunciarem o crime. “Embora seja um crime que mexe muito com a vida particular, com questões muito pessoais, é preciso que as vítimas se encorajem e denunciem essa situação para que possamos fortalecer as investigações, de forma que esse indivíduo possa, efetivamente, responder por seus crimes”.
Um familiar do suspeito confirmou a prisão e informou que os pais saíram de Colatina e foram para Minas Gerais com o objetivo de providenciar um advogado para o filho.
Fontes: O tempo/G1/Tribuna Online/Polícia Civil MG.