Nos últimos dois meses de pandemia, ocorreu uma intensa procura em drogarias e farmácias de ivermectina, fármaco utilizado contra parasitas na infestação de piolho, sarna, oncocercose, estrongiloidíase, ascaridíase e elefantíase.
Segundo o Farmacêutico colatinense, Paulo Cezar Scárdua, a Ivermectina, tem como principal aspecto a permeabilidade da membrana celular do parasita o que resulta da paralisia e morte do mesmo. Pesquisado e criado em 1975 e lançado no mercado mundial em 1981, faz parte de medicamentos essenciais da OMS (Organização mundial da saúde).
Líder em vendas
O aumento de vendas tem como consequência a busca pela Ivermectina, apesar da falta de comprovação científica para o uso. No geral, esta classe terapêutica cresceu mais de 10% em representatividade em comparação com os anos de 2018 e 2019.
A segunda classe mais vendida no período, com 12% de representatividade, foi a de anti-reumáticos, como a Hidroxicloroquina, e anti-inflamatórios não esteroidais, como o Ibuprofeno. Empatados em segunda posição, também com 12%, estão os analgésicos e antipiréticos, como Dipirona sódica e Paracetamol, medicamentos anti térmicos que são utilizados no tratamento dos sintomas do covid-19.
Atenção aos riscos
A infectologista Rubia Miossi destaca que a automedicação é sempre muito perigosa, especialmente quando se trata de uma doença que ainda está em estudo. “Ninguém deve sair tomando remédios de forma aleatória e sem prescrição. Não é necessário nem indicada essa corrida às farmácias. Nem faz sentido se encher de vermífugos, anti gripais ou vitaminas sem orientação”, alerta.