Entenda os critérios levados em conta pelo Estado para que classificasse Colatina em Risco Moderado

Colatina contabiliza 112 óbitos proveniente do novo coronavírus, é uma das cidades do interior com mais casos de contaminação, até a data de hoje, 2 de setembro, 5.558 casos foram confirmados. Mesmo com números tão negativos a cidade desceu de risco alto para moderado na segunda-feira (31), referenciado pelo novo mapa de risco do Governo do Estado do Espírito Santo.    

ENTENDA OS NOVOS CRITÉRIOS 

A nova matriz leva em conta dois eixos principais: ameaça e vulnerabilidade. Mas como isso funciona na prática? 

De acordo com o coronel Alexandre dos Santos Cerqueira, Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, no eixo da ameaça são analisados:

– o número de casos ativos por município dos últimos 28 dias;

– a quantidade de testes realizados por grupo de mil habitantes (que pode indicar pessoas assintomáticas e tendências de infecções);

– e a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias (somatório do número de mortes dos últimos 14 dias dividido por 14).  

Já o eixo de vulnerabilidade, passa a considerar a taxa de ocupação de leitos potenciais de UTI exclusivos para tratamento da covid-19, isto é, a disponibilidade máxima de leitos para o tratamento da doença. Hoje em dia, o Espírito Santo dispõe, segundo dados do Painel Covid-19, de 715 leitos de UTI equipados, para receber pacientes infectados com o coronavírus. Entretanto, devido à política de remanejamento de leitos covid-19 para outras enfermidades, feita pelo governo do Estado, atualmente estão disponíveis à população 633 vagas nas unidades de terapia intensiva para tratamento da doença.

O comandante do Corpo de Bombeiros explica que, para a elaboração da matriz de risco, é levado em consideração o total de leitos aptos a receberem pacientes com covid-19, mesmo que esses leitos estejam destinados, hoje, a outras enfermidades. “Esses leitos possuem toda a estrutura necessária para receber esses pacientes e podem ser rapidamente readequados para essa finalidade”, ressaltou Cerqueira.

De acordo com o Painel Covid-19, atualmente a taxa de ocupação desses leitos potenciais de UTI exclusivos para o tratamento da doença é de 63,22% em todo o Espírito Santo. O coronel explica que todos os números considerados para a elaboração da matriz são os observados na sexta-feira à noite. 

“Realizamos o acompanhamento dos números ao longo de toda a semana, mas na hora de elaborarmos a matriz de risco, usamos os dados da noite de sexta-feira. No sábado pela manhã é feita uma checagem desses números e, logo depois, o mapa de risco é divulgado, para entrar em vigor na segunda-feira”, detalhou.

POR QUE A MATRIZ MUDOU?

Segundo Cerqueira, a mudança nos critérios aconteceu pois o momento da pandemia agora é outro.

“Nós estamos vivendo um outro período agora. Diante disso, foi preciso fazer readequações. A pandemia não acabou, mas ela está contida no Estado e seguindo num ritmo de desaceleração. Nós agora não levamos mais em conta, por exemplo, o índice de isolamento social, pois a maioria das atividades sociais já foram retomadas. A pandemia é dinâmica e a matriz de risco vai seguindo a evolução dela ao longo do tempo”, explicou o coronel.

Outro fator que não é mais levado em conta para a produção do Mapa de Risco é a porcentagem de pessoas idosas em cada cidade. Segundo Cerqueira, o critério foi retirado pois ele é um indicador fixo e os municípios não vão conseguir modificar essa porcentagem. 

“Nós percebemos que é um fator que não faz mais sentido levarmos em conta, mas isso não quer dizer que pessoas com mais de 60 anos não estão no grupo de risco para doença, pelo contrário. As cidades têm de pensar medidas específicas para preservar e atender os idosos e as pessoas com comorbidades”, disse o coronel.

QUEM PENSA A MATRIZ DE RISCO?

Segundo a Sesa, o Mapa de Risco segue as orientações dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde e recomendações da equipe de especialistas do Centro de Comando e Controle (CCC) no Espírito Santo, que é composto pelo Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil, Secretaria da Saúde (Sesa), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).  

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