Entenda como Colatina pode ter relação com os tremores de terra em Pancas

Moradores do município de Pancas se assustam com os constantes tremores que aconteceram na região nos últimos três meses. As ocorrências no local, que fica a cerca de 61 km de Colatina, têm despertado interesse de pesquisadores. Segundo a professora Luiza Bricalli, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os motivos desses abalos sísmicos podem estar relacionados a vários aspectos.

O registro do último tremor na noite de 13 de julho, com magnitude de 1.4 na escala Richter. Foi o terceiro tremor de terra registrado na região, no período de dois meses, pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo a professora, Doutora em Geologia, entre os motivos que podem estar relacionados na ocorrência desses tremores, estão:

– A movimentação das placas tectônicas da crosta terrestre;

– A compressão da placa Sul-Americana onde o Brasil está inserido, devido à própria movimentação das placas tectônicas;

– A movimentação das falhas transcorrentes da dorsal mesotlântica, que se prolongam para o continente;

– A movimentação de falhas geológicas locais. 


Rachadura na parede de residência em Lajinha do Pancas, após o último tremor de terra.

Ela destacou que as características específicas de bacias sedimentares que causam atividades sísmicas, especialmente nas bordas destas bacias, onde há a presença de falhas geológicas e o peso delas, bem como espessura da crosta terrestre, também podem ter contribuído para os tremores da região.

Segundo Bricalli, em Pancas existe uma particularidade geológica importante de ser mencionada, que é a presença da faixa de lineamento Colatina. Essa faixa corresponde a feição estrutural mais importante do Estado e é caracterizada por um conjunto de lineamentos, que se inicia ao Sul de Vitória, passando pela cidade de Colatina e por Pancas e terminando a Noroeste do Estado de Minas Gerais.  

A doutora em geologia ressalta que “é importante mencionar a existência de falhas neotectônicas no Estado do Espírito Santo, que podem ser ativas e causarem acúmulo de estresses e liberação da forma de evento sísmico. Muitas orientações dessas falhas guardam guardam forte associação com a estruturação da faixa de Colatina”, revela.   

ESFALA: informação A Gazeta  

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